
Presidente de associação é preso em CPMI do INSS por suposta mentira


Logo em seguida, ainda durante essa madrugada, ele foi solto na delegacia da Polícia Legislativa do Senado. Questionada, a assessoria de imprensa do Senado não respondeu se houve pagamento de fiança para libertação do detido.
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“Ele mentiu deliberadamente à CPMI. Ele tentou de todas as maneiras nos convencer de que se tratava de uma operação perfeitamente legal e correta. Não é. Nós sabemos muito bem que isso é lavagem de dinheiro, dinheiro dos aposentados”, disse o senador.
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Contradições
O senador Carlos Viana justificou o pedido de prisão do presidente da Conafer afirmando que ele omitiu informações e que teria entrado em contradição ao falar do aumento da arrecadação da Conafer, do ganho patrimonial dele próprio, e sobre sócios da empresa.
Durante o depoimento, Carlos Roberto Ferreira Lopes negou participação em fraudes nos descontos dos associados da Conafer. Ele sustentou que a organização não é de fechada e se colocou a disposição da Comissão para prestar maiores informações.
“Tanto eu, quanto a confederação, nos colocamos à total disposição, integralmente, para entrega de documentos e prestação de esclarecimentos assim que requerido”, disse antes de ser detido pela CPMI.
A Conafer está entre as entidades com maior volume de descontos nas mensalidades de aposentados, segundo investigação da Polícia Federal. Entre 2019 e 2024, a arrecadação da entidade com descontos associativos teria crescido de R$ 6,6 milhões para mais de R$ 40 milhões, ao ano.
A Agência Brasil tenta contato com a defesa de Carlos Lopes e enviou pedido de informação à assessoria da Conafer, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem.
Segunda prisão
Esta é a segunda prisão que ocorre na CPMI do INSS. A primeira foi do empresário Rubens Oliveira Costa, também acusado de mentir na Comissão. Costa é apontado como sócio do empresário Antônio Carlos Antunes, conhecido como Careca do INSS e investigado como suposto operador do esquema de corrupção. Ele afirma que só prestou serviços legais às associações e nega a acusação.
Assim como na prisão desta madrugada, Rubens foi solto horas depois de ter sua detenção determinada pelo presidente da CPMI.