Viúva de militante morto pela ditadura recebe indenização


O valor foi recebido pela viúva de Zé Carlos, Maria Madalena Prata Soares, de 78 anos. A sentença que determinou o pagamento saiu em 2023, quando foram completados 50 anos do assassinato, que ocorreu em 1973.
Notícias relacionadas:
- MPF cobra indenização por etnocídio do povo Krenak durante ditadura.
- MPF debate criação de memorial contra a ditadura na Casa da Morte.
- Associações pedem reparação a LGBTQIA+ perseguidos na ditadura.
O militante foi torturado e morto em 28 de outubro de 1973, no Recife, no Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (Doi-Codi).
Militante da Ação Popular Marxista-Leninista (APML), Zé Carlos já havia sido preso durante o Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), em Ibiúna (SP), em 1968, quando passou 8 meses nas celas do Departamento de Ordem Política e Social (Dops), de Belo Horizonte.
O jovem chegou a ocupar a vice-presidência da UNE, após ser presidente do Centro Acadêmico do curso de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em que ingressou em 1964 como primeiro colocado no vestibular.
Na avaliação do advogado Eduardo Diamantino, representante da viúva, a justiça foi feita, embora tenha demorado para ser concretizada.
“É notável a demora para um desfecho. Ainda que tardia, foi feita justiça à família. Há vasta jurisprudência no sentido de que são imprescritíveis as ações indenizatórias por atos contra os direitos fundamentais praticados por agentes do Estado”, afirmou.
*Matéria foi alterada às 20h41 para esclarecer que o pagamento da indenização já foi feito